Apesar dos diferentes papéis que assumi no mundo corporativo, ao longo dos últimos anos, nunca perdi a capacidade de me surpreender com o que encontrava.

“Aqui é diferente!”: era o clichê que sempre ouvia, ao começar um novo projeto.

De fato, cada empresa é uma empresa. Mas isso não impediu que eu encontrasse muita coisa em comum entre elas.

Uma coisa que aprendi é que toda empresa - independente de porte, tamanho, setor, natureza, modelo de negócios etc. -  deve ser capaz de responder 4 perguntas básicas para seus colaboradores.

Elas podem parecer óbvias, mas têm uma grande importância para identificar a maturidade de uma organização:

1 - Por que existimos? Qual o nosso propósito como empresa?

Toda organização precisa ter clareza sobre sua razão de ser, de existir.

Esse propósito deve unir as pessoas em torno de um fim comum e permitir uma busca compartilhada por todos, constantemente.

Não se trata apenas de saber descrever os produtos, serviços ou segmentos de negócio, ou mesmo de propagar uma missão, uma visão e os objetivos da empresa.

Trata-se principalmente de escolher ou construir um “porquê”.

Saber esse “porquê” é a única forma de permitir com que as pessoas indaguem a si mesmas: eu também estou disposto a lutar por esse propósito?

Você sabe o propósito de sua empresa? Você compartilha desse propósito?

Um vídeo muito bacana e já bastante conhecido sobre o assunto é essa “aula” simples porém elucidativa e fantástica do Simon Sinek:

2 - Onde desejamos estar no futuro?

É claro que ninguém sabe o dia de amanhã.

O mundo corre cada vez mais rápido e é cada vez mais complexo trabalhar com um planejamento de longo prazo.

“O plano é inútil, mas o planejamento é imprescindível”, já dizia Einsenhower.

Mas, apesar de não sabermos onde estaremos, é muito importante saber (após, é claro, refletir, compartilhar, debater) onde gostaríamos de estar.

A visão de uma empresa é o desejo de um futuro atraente, transformador, mas ao mesmo tempo realista e possível para a organização. Deve inspirar e despertar a motivação, constantemente.

Isso faz com que as pessoas sintam que são parte de algo maior e que estão construindo algo em conjunto.

A visão, quando compartilhada, permite aumentar o comprometimento das pessoas para que esse resultado seja alcançado por todos.

Por fim, a visão permite a conexão entre o presente e o futuro, construindo uma ponte entre esses dois momentos.

Podemos não saber por onde essa ponte vai passar, mas sabemos o que gostaríamos de encontrar do outro lado.

Novamente, o objetivo aqui é permitir com que as pessoas vislumbrem um futuro em conjunto, respondendo:

É nesse lugar onde eu também desejo estar?

3 - Quais são os valores, de fato, que devem ser considerados a cada decisão e a cada atitude que tomamos?

Os valores de uma organização representam aquilo no que ela acredita, as ideias que defende e promove.

Mas não estamos falando de valores expressos apenas em palavras, em um quadro da parede ou na porta dos elevadores.

Falamos, de fato, de valores que efetivamente movem e respaldam as decisões; que propulsionam as pessoas, seja em cenários normais ou mesmo críticos.

Os valores são conceitos inquebráveis, da essência, da estrutura da empresa.

São valores que deveriam nortear a atuação de todo colaborador na organização, construindo uma cultura inspiracional para cada um.

E você, conhece os valores da sua empresa? Você está alinhado com eles?

4 - O que nos faz diferentes?

Sua empresa sabe o que faz dela diferente das demais?

Não é preciso defender nada mágico ou extremamente inovador.

Sua empresa pode ser pequena ou pode ser de grande porte. Pode ter alta visibilidade ou atuar abaixo do radar.

Ela sabe o que pode diferenciá-la de outras empresas que se propõem a resolver os mesmos problemas?

Se essa é uma pergunta sem resposta, ajude a sua empresa a encontrar ou a criar esse diferencial.

Pergunta bônus:

OK, eu falei que eram 4 perguntas, mas aqui vai uma de bônus.

Muitas empresas hoje defendem a diversidade, a coexistência de ideias, o respeito à individualidade e às peculiaridades de cada um.

Mas e na sua empresa, isso é real?

“Aqui eu posso ser quem eu sou? Ou devo ser quem a empresa deseja que eu seja?”

Muitos se fazem essas perguntas, atualmente.

Se sua empresa não sabe ou ainda não conseguiu responder a essas 4 (ou 5) perguntas, atenção: algo deve estar muito errado.

Daniel Orlean

Por Daniel Orlean
Empreendedor e educador. Um apaixonado pelo aprendizado, pela inovação e pelo futuro. Acompanhe suas ideias e pensamentos pelo Medium.


 

 


Hugo Freire

Hugo produz conteúdos para ETALENT. Atuou em gestão corporativa em diversas empresas. Através das ferramentas ETALENT, descobriu seu amor pela Medicina. Foi atrás do seu sonho e hoje é nosso conteudista e correspondente na Rússia.

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